quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PESO VERO Paulo Vieira e Daniel da Rocha Leite




"Ver-o-Peso. A Santa sempre passará por seus caminhos de
esperança. Foguetes brilharão no alto das manhãs e nas Torres de
Ferro do Mercado. E as nossas dores estarão além de todas as
palavras. Além de todos os silêncios dessa vida." 
Daniel Leite
 - poema33@gmail.com
* * *
"O sacrifício da tarde que mais tarde se encherá de velas para mortos,
cujo sangue seco ao vento enegrece tudo em volta, não lhe interessava
mais do que o baile dos touros azuis e as ovelhinhas pastando naqueles
campos entre máquinas passando e casas de ferro e de limo de várzea.
Era o peso vero que de dentro do barco, prestes a encostar, sentia
nos olhos guamargos. Mas o barco ainda estava ancorado na infância."
Paulo Vieira - vieiranembeira.blogspot.com
¨
Escuroclaro, negativopositivo, prosapoema, rioaninga: este livro põe em jogo as fronteiras entre prosa e poesia. Seus autores, ao semelhar suas infâncias, entrançando seus destinos aos das palavras, diluem a oposição entre conto e poema, com o uso que cada um faz do ritmo e da imagem, elementos fundamentais para o texto ultrapassar essa antinomia.
Foi então que, “levado pela contagiante feira, e pelo álcool suave da manhã”, o Paulo fez a proposta ao Daniel de escreverem um livro – dois livros que são um, sem contracapa. Um livro de dois autores, com duas capas opostas, duas margens, dois começos.
No meio do rio, a margem terceira: o poema “O homem amarelo” separa os dois escritores do Pesovero. O poeta Maciste Costa (autor de Pedrinho e o peixe azul – Prêmio IAP 2007) é também o ilustrador do livro. Com seu nome de herói – a favor da maré, da brisa da baía, do verso e da prosa
de um Daniel, de um Paulo –, o olhar de um Maciste materializa-se no grafite, com traços de lápis, esfuminho, dedo, negro-branco e gris. Entre os dois horizontes das capas do livro, ele também pertence doravante à madrugada escrita, a espichar a história de uma lida pesada (e levíssima)
como as verdades costumam ser.
Ao mesmo tempo, lá do além-riomar, em margens portuguesas, uma D’Arcy Albuquerque (na magia de seu design) cria a medida do todo, de um livro bivalve, verdadeiro objeto de arte à espera do toque de mãos, de olhos, de desejos.

Lilia Silvestre Chaves

HANGAR - Centro de Convenções e Feiras da AmazôniaXV Feira Pan Amazônica do Livro
Av. Dr. Freitas s/n - Dia 5/09. âs 19h
( Estande do Banco da Amazônia )
Fone: 55 91 3344-0100

1 comentários:

Charles Christie disse...

Os contos de Daniel da Rocha Leite são eternos...

11 de dezembro de 2017 às 15:00

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